Quando se trabalha fora e em casa, a vida das mães é realmente cheia de desafios, não só ao nível do tempo que passamos com os nossos filhos e das tarefas diárias que todas temos, mas principalmente quando há falta de apoio por parte das empresas e mais grave ainda, por parte de colegas que convivem connosco todos os dias e com quem passamos mais horas do que com a própria família.
Ainda existe muita falta de compreensão, muito preconceito com as mães em geral, e se por um lado evoluímos bastante, ainda há certos sítios em que apesar de haver entendimento por parte da entidade patronal, os colegas tornam-se os maiores obstáculos para as mães.
Com um bebé pequenino e com um emprego em que não estava ainda efectiva, voltei ao trabalho tirando o mínimo de licença permitido, pois tinha receio de me dispensarem.
Isto já de si é bastante violento para uma mãe recente, mas honestamente nem é o que mais me chateia, pois como já referi, o voltar a trabalhar não me afligiu por aí além.
Quando voltei quis continuar com leite materno em exclusivo, por isso, todos os dias tenho que tirar leite três vezes para poder deixar com o pai para o dia seguinte, por lei temos direito também a duas horas diárias de dispensa que normalmente são usadas para sair mais cedo ou entrar mais tarde para que possamos amamentar o bebé e há, obviamente as consultas, que no primeiro ano de vida da criança, são algumas.
É para todos estes desafios das mães recentes que deve e tem que existir compreensão, por parte do patronato e principalmente por parte dos colegas, que nem sempre vêem com bons olhos os 15 minutos que perdemos para tirar leite, as saídas mais cedo para amamentar, ou as idas ao pediatra.
Pessoas que também são mães, avós, e que em vez de darem apoio, criticam com os olhos e as expressões, pessoas com quem trabalhamos diariamente e que têm este preconceito de que ser mãe é ser super mulher mas que ao estarmos a fazer valer os nossos direitos estamos a descuidar o trabalho.
Da minha parte, tenho a certeza de que todas as mães se esforçam ao máximo para jogar em todas as frentes, esforçam-se ainda mais para compensarem aquilo que acham que não estão a dar e é realmente uma pena, que ao invés de apoio, sintam crítica por parte de mulheres que deviam ser as primeiras a defender os seus direitos, pois estamos todas juntas nisto.
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